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1. |
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Descendente daqui, fui ali
Depois da fumaça de chumbo,
Que contamina, que suga a vida
Não te vi mais,
Amiga, tá viva?
Descendente daqui sou,
Meu corpo e lá deixou
Fui pra terra, queria pernas pra fugir,
Não consegui, não te vi mais...
Amiga, tá viva? Amiga, tá viva?
Descendente daqui, fui ali
Depois da fumaça de chumbo,
Que contamina, que suga a vida
Não te vi mais,
Amiga, tá viva?
Quero correr num lugar aberto,
Largo e não estreito, que não sufoque
Que erva daninha que nada
Quero estar por toda parte,
Ocupar cada pedaço de ar,
Intensidade, peito cheio aaaaaa...
Intensidade, peito cheio aaaaaa...
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2. |
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Da pra cair dessa lage,
Cair pingando,
No meu mapa de madeira
No meu mapa de madeira
E rala meu corpo,
E rala minha calma
Queimada de folhas de seda
Na minha árvore vermelha,
Na minha árvore vermelha
Nuvem se fundi com a morte dos meus,
Nada se funde com a morte dos meus
O invisível se funde com a morte dos meus
Nada se funde com a morte dos meus... meus
Mil batidas na cabeça desfijguram
O ferós do meu pulso quer rasgar as folhas,
Não vai ter pipa no alto hoje
Não vai ter pipa no alto hoje!
Nuvem se funde com a morte dos meus,
Nada se funde com a morte dos meus
O invisível se funde com a morte dos meus
Nada se funde com a morte dos meus...meus
Aqui tem gente que parece que nunca existiu,
Do lado tem gente que parece que nunca existiu,
Em cima tem gente que parece que nunca existiu
Em baixo tem gente que parece que nunca existiu
Nuvem se funde com a morte dos meus,
Nada se funde com a morte dos meus
O invisível se funde com a morte dos meus
Nada se funde com a morte dos meus...meus
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3. |
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No chão a bola rola,
O menino corre
Sangue e Sujeira se juntam
No reflexo das sirenes
O menino está caído
No campo do Brasil
A coroa de é de flores
Ele não é Pele, ele não é Pelé
Vou nadar no sangue
Não Vou trazer medalha
Vou tentar correr dos gambé
Não vou trazer medalha
A bandeira verde e amarela
Não representam nada
A bandeira verde e amarela
Não representam nada
Vou tentar dormir pra esquecer
das chachinas do meu povo
Vou tentar dormir pra esquecer
Das chacinas do meu povo
Meu irmão fuja
Dessa multidão
Nossa cor é a do barro, do tijolo
Nossa cor é a da terra
Não verde e amarela
Não verde e amarela
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4. |
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Que corpo é esse que não posso ver,
Senti vontade de olhar de canto,
Do ombro do corpo não vi horizonte,
Esse corpo é lugar, é matéria,
É descida aonde dava enchente
Outro lugar de sabedoria,
Era em quadrado, e eu era círculo,
Enchia os olhos de ver de longe,
Mas aqui amiga, sou eu é que estou de dentro
Sei como é a dor de não ser gente,
Sei de um mundo, onde o saco de lixo é preto
Esse corpo é lugar, é matéria,
É descida aonda dava enchente
É caminho, é servido
É sugado, é calado,
Se vê como o cristo,
Tem dó do que bate,
Não tenho outra face,
Já morri, já matou,
Me larga, melarga...
Esse corpo é lugar, é matéria,
É descida aonda dava enchente
Outro lugar de sabedoria,
Era em quadrado, e eu era círculo,
Enchia os olhos de ver de longe,
Mas aqui amiga, sou eu é que estou de dentro
Sei como é a dor de não ser gente,
Esse corpo é lugar, é matéria,
É descida aonda dava enchente
É caminho, é servido
É sugado, é calado,
Se vê como o cristo,
Tem dó do que bate,
Não tenho outra face,
Já morri, já matou,
Me larga, me larga...
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5. |
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A chuva subiu pro céu,
Eu bebi água da chuva
Hoje ela molhou a sujeira
Daquela esquina
Corri tombando de novo
E novo e novo
Sorri de boca fechada
Com a costela da menina
Sangue e cachaça no peito
Bebi e chorei pela estrada
Com a costela da menina
Por favor fure!
Arraste meu bucho
Pela madrugadas violentas
Que o doce do meu pensar
Se junte ao fardo pra levar
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6. |
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Ouvi uma voz de olhos fechados, de repente
Uma lágrima desceu,
Correu pelas ruas, pedras pessoas
Passou pelos carros, olhou os cachorros
Beijou as mulheres
E... morreu, e... morreu
Mas antes de tudo queria ao menos saber,
Quem era...
Mas antes de tudo, queria ao menos saber,
Quem era...
Tentou se olhar, mas nem olhos tinha
E como tocar, sem mãos
Tentou se olhar, mas nem olhos tinha
E como tocar, sem mãos...
Do que era formada a lágrima do Brasil?
Do que era formada, a lágrima do Brasil?
Tentou se olhar, mas nem olhos tinha
E como tocar, sem mãos
Tentou se olhar, mas nem olhos tinha
E como tocar, sem mãos...
Era minha a lágrima
Era minha a lágrima ( 2X )
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7. |
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8. |
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Para ser honesta, eu não sei
Onde quero Chegar
Onde quero chegar
Sigo a dinte,
Volto ao lugar
Viro a cabeça,
Volto ao lugar
Para ser honesta, eu não sei
Onde quero chegar
Onde quero chegar
Enquadro e vejo escarnio,
Reparo, remato um remanso
Disfarço, esparço sonhar
Atiro embalo e lavanco,
De acordo com minhas regras,
Faço um mapa noir
Faço um mapa noir
Para ser honesta, eu não sei
Onde quero chegar
Onde quero chegar
Atiro em certeiro reflexo,
Volto uma casa do xadrez,
Flexiono a lógica no plexo,
Retorno o peão outra vez
Para ser honesta, eu não sei
Onde quero chegar
Onde quero chegar
Amanzing grace
How sweet the sound 2x
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9. |
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released November 28, 2016